A lagoa da Pampulha em Belo Horizonte / está cheia de significados arquitetônicos / e construir às suas margens significa / estar próximo da herança modernista.
A casa considera essa história recente / mas também visita as varandas rurais / através de brisas de espírito urbano. / O terreno em aclive dialoga com a obra / propondo encaixes e suspensões.
A casa abriga seus dois tempos: / A flutuação do volume frontal / apresenta a ala intima dos quartos / apontando o futuro na borda d’água; / enquanto a coberta aberta dos fundos, / onde arde em festa a lenha e o forno, / está junto à terra e a memória intemporal.
Numa seqüencia de pisos e passos / a construção encaixa o terreno / fazendo do desnível um percurso / da rua ao teto, da via ao céu mirante / transformando a cobertura em terraços / que contemplam os horizontes topográficos / da cidade com sua cultura e lutas mutantes / e da montanha com sua frágil eternidade.
*Texto original: João Diniz